04 de novembro • 2019

O ensino de Libras na Faculdade Ielusc

Coral de Libras da Faculdade Ielusc

 

Você sabia que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é o segundo idioma oficial do nosso país? Ela é reconhecida desde 24 de abril de 2002, através da lei nº 10.436, e, assim como a língua portuguesa, possui suas características próprias de morfologia, sintaxe, contexto e semântica.

Na Faculdade Ielusc, os acadêmicos podem aprender sobre a comunicação em sinais com as aulas do professor mestre Jelson Budal Schmidt. As graduações de Educação Física Licenciatura e de Fonoaudiologia já possuem a matéria integrada em suas respectivas matrizes curriculares. Os alunos dos demais cursos podem realizar a disciplina de Libras como optativa. 

Schmidt explica que durante as aulas ele trabalha com músicas, jogos, dinâmicas e a contextualização dos sinais conforme os cursos. “Em alguns momentos, realizamos atividades inclusivas na instituição, e solicitamos que os surdos e pessoas com deficiências participem, assim, os acadêmicos têm contato direto com eles”, comenta o docente.

Segundo o censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 9,7 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva no país. “A população surda vem crescendo cada vez mais e precisa dessa assistência com qualidade, e o primeiro passo é a comunicação”, explica Isabela Soter Corrêa, acadêmica da última fase de Enfermagem, que sentiu a necessidade de aprender a língua para proporcionar os melhores cuidados e poder acolher seus pacientes.

Gesica Fernandes de Almeida é aluna da 10ª fase de Educação Física Bacharelado e faz Libras como disciplina optativa. Ela vê o idioma enquanto ferramenta de inclusão em sua profissão para adultos e crianças e, com isso, o estímulo à prática da atividade física e à busca por uma vida mais saudável. Recentemente, a estudante precisou utilizar o que aprendeu em sala de aula ao atender uma cliente com deficiência auditiva no comércio que trabalha. “Consegui identificar o que ela procurava, que era um presente para o pai. A abertura dela foi tão legal que, no fim do atendimento, ela queria conversar mais. Me senti muito feliz por conseguir me comunicar e ainda mais ao ver a diferença que isso fez para ela”, declara.

O professor responsável ainda destaca a importância do conhecimento da língua para além do profissional. “É interessante sabermos Libras para que possamos contribuir no acesso dos surdos aos espaços e serviços que os ouvintes acessam, refletindo sobre nossa participação enquanto cidadãos, realizando, de fato, a inclusão”.

 

Texto: Mariane Machado, acadêmica de Jornalismo da Faculdade Ielusc.